quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Dado Villa-Lobos: legionário tricolor

Rock e futebol sempre foram minhas duas grandes paixões, e foi uma surpresa muito agradável ver que meu ídolo Dado Villa-Lobos também é, como eu, um torcedor do tricolor carioca, o Fluminense!

Vejam a matéria do globoesporte.com com o legionário, em 13/09/2011.

Meu Jogo Inesquecível: tricolor Dado Villa-Lobos vê gol de 'escudo' no Fla



 'O gol do Renato não foi de barriga', diz músico, ex-Legião Urbana, que ainda vibra ao recordar título carioca sobre o Fla em 95 na vitória por 3 a 2

A música “Será”, da extinta banda Legião Urbana, foi lançada em 1984, mas não seria de se estranhar se os versos de seu refrão tivessem sido elaborados 11 anos depois. Na decisão do Campeonato Carioca de 1995, Dado Villa-Lobos, um dos compositores da canção ao lado do também tricolor Renato Russo e de Marcelo Bonfá, estava no Maracanã torcendo pelo Fluminense, que sonhava conquistar o título e frustrar os planos do rival Flamengo no ano de seu centenário. E um gol de barriga de Renato Gaúcho, assinalado a três minutos do fim, fechou o placar em 3 a 2 e deu a taça ao Tricolor, sanando qualquer dúvida existente na letra do músico: “Será que vamos conseguir vencer?”
- Eu estava atrás do gol, à esquerda das cabines de rádio, e lembro de cada segundo. O time jogando bem, dominando a partida debaixo de um temporal, mas o empate era deles, e a torcida (rubro-negra) começou a gritar “é campeão”. Eu já estava sentado na cadeira quando olhei a jogada do Ailton pela direita. Ele chega, dá um come seco no Charles Guerreiro, cruza e sai o gol. Numa fração de segundo, tudo ficou em silêncio, não se ouvia nada. Eu vi a rede balançando e o Renato (Gaúcho) saindo correndo. Falei: “Não acredito.” Demorou um certo tempo até cair a ficha. É campeão. Adeus Flamengo no ano do “cem ter nada” - relembra Dado, com direito a cutucada no rival.
Naquele domingo, o Flamengo, com Sávio e Romário, jogava pelo empate para conquistar o campeonato, mas foi o Fluminense, de Renato Gaúcho, Ailton e Djair, que comemorou. Com gols de Renato Gaúcho, aos 30 minutos, e Leonardo, aos 42, o Tricolor saiu com boa vantagem para o intervalo. O time da Gávea só conseguiu reagir e diminuir o marcador com Romário, aos 26 do segundo tempo. Seis minutos depois, uma finalização de Fabinho deixou tudo igual no Maracanã. Só que, enquanto a torcida rubro-negra comemorava o título, um chute cruzado de Ailton, que não tinha a direção do gol, aos 42 minutos de jogo, desviou em Renato Gaúcho e entrou.
O gol, que deu a taça ao Fluminense, para muitos foi de barriga, para outros foi de peito, para o árbitro nem foi de Renato Gaúcho, mas sim de Ailton, como relatou na súmula... Mas Dado deu uma nova interpretação ao lance.
- O gol não foi de barriga, foi de escudo. Se você perceber, ele (Renato Gaúcho) faz o movimento, a bola pega no escudo (da camisa) e entra.
Torcedor tipo importação
Filho de brasileiro, Dado nasceu em Bruxelas, na Bélgica, em 1965, e desde cedo despertou em si duas paixões: a música e o futebol, sendo a segunda mais especificamente a partir da Copa do Mundo de 1970, quando ganhou admiração pelo Fluminense através do goleiro Félix, da Seleção, que era jogador do clube.
E antes mesmo de vir em definitivo para o Brasil, o músico pôde conhecer de perto o Tricolor das Laranjeiras e o seu ídolo da infância, Rivelino. Em julho de 1976, enquanto residia na França, o time carioca excursionou pelo país e disputou, em Paris, um amistoso contra o Paris Saint-Germain, que terminou empatado em 1 a 1.
- Meu pai não gostava de futebol, mas tenho um irmão mais velho que gostava, e o Fluminense era o time da época. Eu estava em Paris e vi o Rivelino jogar contra o Paris Saint-Germain. Ele acabou saindo machucado da partida e passou do meu lado na maca. Foi o meu primeiro jogo do Fluminense no estádio - recordou o músico, que na época chegou a torcer para o Saint-Étienne, da França.
Linha tênue entre música e futebol
Aos 14 anos, Dado desembarcou no Brasil com o objetivo de seguir a mesma profissão do pai: diplomata. Mas, em 1983, um convite para ser guitarrista da banda Legião Urbana o fez mudar os planos. Passando a se dedicar à carreira musical, sem deixar a paixão pelo futebol de lado, ele se mostrou surpreso com as coincidências envolvendo o sucesso do grupo e as campanhas do Fluminense.
No período de 1983 a 1985, anos da última formação da banda e do lançamento do primeiro disco, o Tricolor foi tricampeão estadual. Além disso, em 1984, conquistou o título do Campeonato Brasileiro. Porém, a fórmula foi invertida: em 1996, ano em que morreu o vocalista Renato Russo e houve o fim do Legião Urbana, a equipe das Laranjeiras começou a viver sua pior fase em 94 anos de história.
- Foi um dos piores anos da minha vida, talvez o pior. O Renato se foi em outubro, o Fluminense caiu para a segunda divisão (terminou em penúltimo lugar e só não foi rebaixado por intervenção da CBF. Porém, no ano seguinte, o time voltou a ficar em penúltimo, teve de disputar a Série B em 1998 e a Série C em 1999). Dali para frente foi lamentável, para apagar. Mas agora estamos em 2011 - afirmou Dado.

Colecionador de camisas
Há 25 anos vivendo no Rio de Janeiro, o músico se tornou um torcedor ilustre do Fluminense e já foi até homenageado pelo clube com uma camisa personalizada. E, quase sem querer, adquiriu o hobby de colecionar camisas do Tricolor.
- A primeira que comprei quando cheguei ao Rio era aquela (com patrocínio) da Penalty e da Coca-Cola. Eu ganho muitas camisas, então tenho algumas. Devo ter umas dez. Imagina, tenho até uma assinada por aquele time campeão da Série C (risos).

Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2011/09/meu-jogo-inesquecivel-tricolor-dado-villa-lobos-ve-gol-de-escudo-no-fla.html