Onze de outubro de 1996.
Era um dia de sol. Acordei um pouco triste. Tudo que eu via me deixava melancólico.
Eu já morava em Vassouras (sou carioca), e precisei ir ao Rio naquela semana para resolver minhas pendências com o serviço militar (graças a Deus conseguira ser dispensado por excesso de contingente). Por isso estava lá, na casa de uma família amiga, e me arrumava para voltar para Vassouras.
No trem, eu me sentia muito estranho, triste, parecia que algo havia acontecido. Quando desembarquei em Paracambi, passei perto de um bar e ouvi, no rádio, alguém falando de Renato Russo e logo em seguida tocou uma canção em italiano. Senti um aperto no coração, não sabia o motivo. Depois peguei o ônibus que faz a linha Paracambi-Vassouras e a viagem de pouco mais de uma hora me deixou melancólico. Cheguei a Vassouras aproximadamente às 14 horas. Saí do ônibus e me encaminhei para minha casa. A cidade, o meu bairro pareciam um grande deserto. Não me encontrei com ninguém, eu parecia o único sobrevivente de Vassouras a andar pelas ruas. Senti medo, apreensão; meu coração, não sabia por que, batia acelerado, angustiado...
Entrei em casa correndo, e só havia silêncio. Encontrei minha mãe em outro cômodo e perguntei, olhando para o seu rosto de preocupação: “Mãe, o que aconteceu?”
Ela olhou para mim com tristeza e me perguntou se eu ainda não sabia o que havia acontecido. E eu: “O que aconteceu, mãe?”
“O Renato Russo morreu nesta madrugada”, disse ela com uma tristeza dupla: primeiro porque ela aprendera a gostar do meu ídolo graças à minha paixão pela banda, e, de tanto ouvir Legião em casa, ela acabou gostando de várias canções. A outra tristeza foi por já saber qual seria a minha reação pelo impacto daquela trágica notícia.
Era um dia de sol. Acordei um pouco triste. Tudo que eu via me deixava melancólico.
Eu já morava em Vassouras (sou carioca), e precisei ir ao Rio naquela semana para resolver minhas pendências com o serviço militar (graças a Deus conseguira ser dispensado por excesso de contingente). Por isso estava lá, na casa de uma família amiga, e me arrumava para voltar para Vassouras.
No trem, eu me sentia muito estranho, triste, parecia que algo havia acontecido. Quando desembarquei em Paracambi, passei perto de um bar e ouvi, no rádio, alguém falando de Renato Russo e logo em seguida tocou uma canção em italiano. Senti um aperto no coração, não sabia o motivo. Depois peguei o ônibus que faz a linha Paracambi-Vassouras e a viagem de pouco mais de uma hora me deixou melancólico. Cheguei a Vassouras aproximadamente às 14 horas. Saí do ônibus e me encaminhei para minha casa. A cidade, o meu bairro pareciam um grande deserto. Não me encontrei com ninguém, eu parecia o único sobrevivente de Vassouras a andar pelas ruas. Senti medo, apreensão; meu coração, não sabia por que, batia acelerado, angustiado...
Entrei em casa correndo, e só havia silêncio. Encontrei minha mãe em outro cômodo e perguntei, olhando para o seu rosto de preocupação: “Mãe, o que aconteceu?”
Ela olhou para mim com tristeza e me perguntou se eu ainda não sabia o que havia acontecido. E eu: “O que aconteceu, mãe?”
“O Renato Russo morreu nesta madrugada”, disse ela com uma tristeza dupla: primeiro porque ela aprendera a gostar do meu ídolo graças à minha paixão pela banda, e, de tanto ouvir Legião em casa, ela acabou gostando de várias canções. A outra tristeza foi por já saber qual seria a minha reação pelo impacto daquela trágica notícia.
Para mim, o mundo acabaria naquele momento. Senti uma dor tão grande... As lágrimas e o choro desesperado saiam sem cessar. Corri para o quarto e chorei sufocado no travesseiro. Minha mãe foi me consolar e só me ouvia dizer aos soluços: “Eu quero morrer!...”
Passei toda aquela tarde, noite e os dias seguintes chorando... “O pra sempre sempre acaba”, o Renato mesmo já havia alertado. Mas a gente nunca espera que seja tão rápido assim. Mas “os bons morrem jovens”, era outra verdade dita pelo Renato.
Assim, senti a maior dor da perda desde a morte do meu pai. Senti-me gota d'água, grão de areia.
O meu ídolo havia partido... Deixando assim suas canções, suas palavras eternizadas em cada obra registrada pela Legião Urbana. O homem morreu. Nasceu o mito.