No ano passado ajudei uma amiga a encontrar algumas figuras de linguagem na obra da legião Urbana para um trabalho da faculdade. O resultado está logo abaixo:
Antítese (figura de linguagem que consiste na exposição de idéias opostas):
“Já estou cheio de me sentir vazio / Meu corpo é quente e estou sentindo frio” (Baader-Meinhof Blues)
“Mas tão certo quanto o erro se ser barco / A motor (...)” (Daniel na Cova dos Leões)
“Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade” (Sereníssima)
“Sou filho da terra e do céu” (A Fonte)
“A juventude é rica, a juventude é pobre” (Aloha)
“Teu corpo alimenta meu espírito / Teu espírito alegra minha mente / Tua mente descansa meu corpo” (Uma Outra Estação)
“Meu amor, disciplina é liberdade / Compaixão é fortaleza / Ter bondade é ter coragem” (Há Tempos) – São idéias antitéticas: disciplina geralmente prende alguém a um modelo, a um comportamento restrito, com a intenção de “podar” o ser humano e seus desejos “transgressivos”, mas aqui é colocado como liberdade, pois trata-se de auto-disciplina, no sentido de respeitar o espaço, a identidade e a individualidade do outro; compaixão é sinal de uma pessoa mais fraca e emotiva, aqui é vista como alguém com uma força inabalável; e a bondade parece utópica numa sociedade individualista que apóia a competição, mas aqui é visto como alguém que tem coragem de lutar ajudando os outros.
Metáfora (figura de estilo em que há a subtituição de um termo por outro, criando-se uma dualidade de significado):
“Teu corpo é o meu espelho e em ti navego” (Daniel na Cova dos Leões)
“Somos pássaro novo longe do ninho” (Eu Sei)
“Sou uma gota d’água / sou um grão de areia” (Pais e Filhos)
“Sou metal – raio, relâmpago e trovão / sou metal, eu sou o ouro em seu brasão” (Metal contra as Nuvens)
“Somos pingüim, somos golfinho, / Homem, sereia e beija-flor / Leão, leoa e leão-marinho” (Vamos Fazer um Filme)
“E quando o circo pega fogo / Somos os animais na jaula” (Natália)
“Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher / (..) / Sou Deus, tua Deusa, meu amor” (1º de Julho)
“Eu sou a tua morte / (...) / Eu sou a pátria que lhe esqueceu / o carrasco que lhe torturou / o general que lhe arrancou os olhos / o sangue inocente / de todos os desaparecidos / o choque elétrico e os gritos” (La Maison Dieu)
“Eu sou um pássaro / Me trancam na gaiola” (Clarisse)
O título da canção “As Flores do Mal” é uma metáfora para a letra da canção, que fala sobre tudo de mal que as pessoas fazem com o amor: mentira, traição, cinismo, além de uso de drogas, vida desregrada.
Perífrase (figura de estilo retórico que substitui uma expressão curta e direta por outra mais extensa e carregada de maior ou menor simbolismo):
“Alguma coisa aconteceu / Do ventre nasce um novo coração” – em vez de dizer simplesmente que a pessoa está grávida (1º de julho)
Hipérbole (figura de linguagem que ocorre quando há exagero intencional numa idéia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem ampliada do real):
“Me fiz em mil pedaços” (Quase sem Querer)
“Disseste que se tua voz tivesse força igual / À imensa dor que sentes / Teu grito acordaria / Não só a tua casa / Mas a vizinhança inteira” (Há Tempos)
“Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes” (Vinte e Nove)
“Meu amor, se quiseres voltar – volta não / Porque me quebraste em mil pedaços” (Mil Pedaços)
“Se dez batalhões viessem à minha rua / E vinte mil soldados batessem à minha porta” (La Maison Dieu)
“Voamos alto depois das duas” (Marcianos Invadem a Terra)
Eufemismo (figura de estilo que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão):
“Quando as estrelas começarem a cair” = Quando o mundo acabar (Angra dos Reis)
“Minha papoula da índia / Minha flor da Tailândia” = eufemismo para as drogas (A Montanha Mágica)
“Hoje fiquei com febre a tarde inteira” = eufemismo para os avanços da doença/Aids (A via Láctea)
“E quando eu for embora / Não, não chores por mim” = eufemismo para a morte (Música Ambiente)
Paradoxo (figura de pensamento que consiste na exposição contraditória de ideias):
“Amor é fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente / é um contentamento descontente / É dor que desatina sem doer” (Monte Castelo)
“és fogo e gelo ao mesmo tempo” (Uma Outra Estação)
Metonímia (figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles):
“Eu tenho Hanna-Barbera” = Eu tenho desenhos (ou gibis) da Hanna-Barbera (1965 (Duas Tribos))
Clímax ou Gradação (figura de estilo que consiste na apresentação de uma sequência de ideias em andamento crescente):
“Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha” (Clarisse)
Assíndeto (figura de estilo que consiste na omissão das conjunções ou conectivos):
“Será que existe vida em Marte? / Janelas de hotéis / Garagens vazias / Fronteiras / Granadas / Lençóis” (Marcianos Invadem a Terra)
“Já estou cheio de me sentir vazio / Meu corpo é quente e estou sentindo frio” (Baader-Meinhof Blues)
“Mas tão certo quanto o erro se ser barco / A motor (...)” (Daniel na Cova dos Leões)
“Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade” (Sereníssima)
“Sou filho da terra e do céu” (A Fonte)
“A juventude é rica, a juventude é pobre” (Aloha)
“Teu corpo alimenta meu espírito / Teu espírito alegra minha mente / Tua mente descansa meu corpo” (Uma Outra Estação)
“Meu amor, disciplina é liberdade / Compaixão é fortaleza / Ter bondade é ter coragem” (Há Tempos) – São idéias antitéticas: disciplina geralmente prende alguém a um modelo, a um comportamento restrito, com a intenção de “podar” o ser humano e seus desejos “transgressivos”, mas aqui é colocado como liberdade, pois trata-se de auto-disciplina, no sentido de respeitar o espaço, a identidade e a individualidade do outro; compaixão é sinal de uma pessoa mais fraca e emotiva, aqui é vista como alguém com uma força inabalável; e a bondade parece utópica numa sociedade individualista que apóia a competição, mas aqui é visto como alguém que tem coragem de lutar ajudando os outros.
Metáfora (figura de estilo em que há a subtituição de um termo por outro, criando-se uma dualidade de significado):
“Teu corpo é o meu espelho e em ti navego” (Daniel na Cova dos Leões)
“Somos pássaro novo longe do ninho” (Eu Sei)
“Sou uma gota d’água / sou um grão de areia” (Pais e Filhos)
“Sou metal – raio, relâmpago e trovão / sou metal, eu sou o ouro em seu brasão” (Metal contra as Nuvens)
“Somos pingüim, somos golfinho, / Homem, sereia e beija-flor / Leão, leoa e leão-marinho” (Vamos Fazer um Filme)
“E quando o circo pega fogo / Somos os animais na jaula” (Natália)
“Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher / (..) / Sou Deus, tua Deusa, meu amor” (1º de Julho)
“Eu sou a tua morte / (...) / Eu sou a pátria que lhe esqueceu / o carrasco que lhe torturou / o general que lhe arrancou os olhos / o sangue inocente / de todos os desaparecidos / o choque elétrico e os gritos” (La Maison Dieu)
“Eu sou um pássaro / Me trancam na gaiola” (Clarisse)
O título da canção “As Flores do Mal” é uma metáfora para a letra da canção, que fala sobre tudo de mal que as pessoas fazem com o amor: mentira, traição, cinismo, além de uso de drogas, vida desregrada.
Perífrase (figura de estilo retórico que substitui uma expressão curta e direta por outra mais extensa e carregada de maior ou menor simbolismo):
“Alguma coisa aconteceu / Do ventre nasce um novo coração” – em vez de dizer simplesmente que a pessoa está grávida (1º de julho)
Hipérbole (figura de linguagem que ocorre quando há exagero intencional numa idéia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem ampliada do real):
“Me fiz em mil pedaços” (Quase sem Querer)
“Disseste que se tua voz tivesse força igual / À imensa dor que sentes / Teu grito acordaria / Não só a tua casa / Mas a vizinhança inteira” (Há Tempos)
“Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes” (Vinte e Nove)
“Meu amor, se quiseres voltar – volta não / Porque me quebraste em mil pedaços” (Mil Pedaços)
“Se dez batalhões viessem à minha rua / E vinte mil soldados batessem à minha porta” (La Maison Dieu)
“Voamos alto depois das duas” (Marcianos Invadem a Terra)
Eufemismo (figura de estilo que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão):
“Quando as estrelas começarem a cair” = Quando o mundo acabar (Angra dos Reis)
“Minha papoula da índia / Minha flor da Tailândia” = eufemismo para as drogas (A Montanha Mágica)
“Hoje fiquei com febre a tarde inteira” = eufemismo para os avanços da doença/Aids (A via Láctea)
“E quando eu for embora / Não, não chores por mim” = eufemismo para a morte (Música Ambiente)
Paradoxo (figura de pensamento que consiste na exposição contraditória de ideias):
“Amor é fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente / é um contentamento descontente / É dor que desatina sem doer” (Monte Castelo)
“és fogo e gelo ao mesmo tempo” (Uma Outra Estação)
Metonímia (figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles):
“Eu tenho Hanna-Barbera” = Eu tenho desenhos (ou gibis) da Hanna-Barbera (1965 (Duas Tribos))
Clímax ou Gradação (figura de estilo que consiste na apresentação de uma sequência de ideias em andamento crescente):
“Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha” (Clarisse)
Assíndeto (figura de estilo que consiste na omissão das conjunções ou conectivos):
“Será que existe vida em Marte? / Janelas de hotéis / Garagens vazias / Fronteiras / Granadas / Lençóis” (Marcianos Invadem a Terra)
Se alguém encontrar mais algumas figuras de linguagem em outros versos, comente! Pode ser útil para qualquer trabalho de faculdade e até mesmo de ensino médio. Força sempre.
Gostei do blog.
ResponderExcluirOutro dia entrei num blog que também trata desse assunto, e gostei muito do blog.
O blog é: http://9anocrioerecrio26.blogspot.com
Um abraço.
A idéia foi ótima.Gostamos do Legião.Poderias contextualizar os versos,facilita a identificação das figuras.
ResponderExcluirmanoow, teu blog é muiito bom! ameii =D tenho trabalho sobre figuras de linguagem e tu tá me ajudando muito '---'
ResponderExcluir\õõ/
Parabens pelo Trabalho!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirmuito bom este blog.
ResponderExcluirgostaria de saber qual o nome desta musica.
tambem estou fazendo um trabalho e preciso ilustrar com uma canção.
cara teu blog é mto bom
ResponderExcluirme ajudo muito no trabalho que tenho que fazer
vlw. abração
Perfeitoo Me Ajudou Muiito
ResponderExcluirno meeu trabalhoo e ainda deu pra miim conhecer maiis sobree as musicas do legião urbana adoroo essa bandaa
muito bom esse blog Obrigado Gente Beijos
ResponderExcluirNossaa obg, vc me ajudouu muitoo =)
ResponderExcluirCaso queira acrescentar identifiquei também como hipérbole o seguinte trecho:
ResponderExcluir"E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas" (Teatro de Vampiros)
Abraços, obs: gostei da iniciativa!! Muito legal!
Realmente, você tem razão! Há sim uma hipérbole em O Teatro dos Vampiros. Valeu pela contribuição!!!
ResponderExcluire na música 'Que país é esse?' quais figuras de liguagem existem?
ResponderExcluirSó um erro entre paradoxo e antítese, ambas estão com a mesma definição. A antítese é formada por palavras contrárias e não ideias contrarias. A ideia do Blog é ótima, amo legião urbana.
ResponderExcluireu queria a musica perfeição
ResponderExcluir