sábado, 5 de fevereiro de 2011

Liberdade do espírito humano

Ano passado a TV mostrou várias agressões entre jovens brasileiros, e isso vem se repetindo sempre. O motivo? Homofobia.
O que está acontecendo com a juventude? Onde está o respeito às diferenças e à diversidade? Parece que estamos vivendo uma nova Idade Média.
Renato Russo fez várias declarações que muitos consideravam polêmicas. Não acho. Na verdade, ele estava apenas tentando conscientizar a juventude em relação à homossexualidade, tentando com isso acabar coom o preconceito. Vale a pena conferir alguns trechos de entrevistas sobre esse assunto:
“Como cidadão, tenho como postura política ser contra qualquer tipo de preconceito em relação à sexualidade humana”. (1992)
“Eu vim ao mundo com luz, não tenho que me enfiar num buraco. Não quero me sentir como um torcedor do Botafogo no meio da torcida do Flamengo”. (1994)
“Reafirmo minha homossexualidade para evitar que as pessoas passem pelo que eu passei: achar que era doente, que era estranho, que ia morrer e seguir direto para o inferno. Para poder ter a liberdade de ser quem eu sou”. (1994)
“Faço parte de uma minoria que não é tão minoria assim, ainda mais neste país. (...) É importante falar sobre isso. Se eu fizesse parte de outra minoria e se existissem coisas que me incomodassem, acho que, tendo a posição de artista, eu falaria”. (1994)
“O caminho é por aí: é preciso respeitar as pessoas que não são comuns, que não são maioria. Gente que não vai gritar pela Copa do Mundo, gente que pensa, que não aceita tudo o que é dito. A maior parte das pessoas não pensa, nem existe. O modelo da pessoa comum é vazio. Você não pode discordar de nada para não parecer diferente”. (1994)
“O homossexualismo não é a coisa mais importante do mundo. Talvez seja, para mim, agora. Mas, além de dizer que o gay tem direito, é preciso dizer que a criança tem direito, o negro tem direito, o cidadão tem direito. Falam muito de minorias, mas, no Brasil de hoje, a vida está impossível, inclusive, para o macho adulto branco”. (1994)
“Eu fiz este disco (Stonewwal Celebration Concert) para mostrar que a gente tem dignidade, que têm pessoas legais trabalhando pelas diferenças. O fascismo é muito perigoso. Daqui a pouco, se você não for macho, adulto e branco, você está perdido”. (1994)
“Revelar que está na contramão da heterossexualidade normativa é uma decisão difícil. Eu me abri porque senti que estava na hora, que isso me daria mais liberdade no meu trabalho e, também, porque eu não queria enrolar o jovem ou a jovem que estava ouvindo aquilo, sem saber se era aquilo mesmo. Não abrir o jogo seria desonesto com  meu público”. (1995)
Por fim, um comentário repleto de sarcasmo do nosso poeta:
“Eu não quero mais fazer ativismo gay. Na minha cabeça, eu decidi, muito humildemente, que quem precisa de ajuda são os heterossexuais. É só a minha opinião, pelo amor de Deus!”. (1996)
Faz falta um cara como o Renato Russo no nosso país, para nos ajudar a refletir sobre as hipocrisias e o preconceito que existem por toda parte. A juventude está sem um porta-voz. É um tempo de Restart, Fiuk, Fresno e NX-Zero. Uma pena.
 Vale a pena assistir a estas duas entrevistas abaixo do YouTube, em que Renato fala sobre o tema.

Como está no encarte do cd "Stonewall Celebration Concert", álbum-solo de Renato, lançado em 1994, "A ignorância é vizinha da maldade. Buscar informação é o melhor caminho. Força sempre".

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