quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Livros legionários

Tenho alguns livros sobre a Legião Urbana que valem a pena ler.

Conversações com Renato Russo.

Compilação de várias entrevistas do Renato e da Legião publicados em vários jornais e revistas, durante 1985 e 1996, em que Renato fala sobre diversos assuntos. Quando comprei esse livro, acho que o devorei em um dia.


Renato Russo de A a Z - As ideias do líder da Legião Urbana (Coord.: Simone Assad)

A proposta desse livro é bem interessante: trata-se de centenas de palavras em ordem alfabética, em que Renato dá sua opinião sobre determinado assunto, como amizade, amor, drogas, família, governo, rock e por aí vai. é interessante ver o que Renato pensava sobre diversos assuntos, desde os mais simples aos mais polêmicos. Até hoje eu o leio de forma aleatória ou mesmo escolhendo algum tema específico.
Alguns comentários de Renato Russo presentes no livro:

O Brasil é um país que não é uma nação, onde a vítima é ré, e não se respeita mulher, negro e homossexual. (1987)
Não sou louco, sou alcoólatra. É diferente. Não vou ter vergonha de ter cabelo preto, de ser canhoto. Sou uma pessoa pública, não acho que deva mentir para as pessoas. (1995) 
O Descobrimento do Brasil é um disco sobre perda. Mas são poucas as pessoas que percebem isso, por causa do jeito que as músicas estão estruturadas. Todas as músicas são músicas de despedida. (1993)
Não dá para acreditar na grande mídia, e têm pessoas completamente servis, que acreditam em tudo o que lêem. (1996)
Um dos meus planos é — quando eu estiver com uns 40, 50 anos — escrever ficção. Eu tenho a minha vida toda planejada. (1986)


Renato Russo, O Trovador Solitário (Arthur Dapieve)

Biografia autorizada pela família, mostra o talento de Renato desde a infância, a doença que teve aos 15 anos, a descoberta do punk em Brasília, a turma da Colina, o Aborto Elétrico, a Legião Urbana, o sucesso, o processo de gravação de cada disco, algumas curiosidades e o fim da história. Embora fale sobre o alccolismo, Dapieve evitou entrar em temas mais polêmicos da vida do poeta. Vale a pena ler, principalmente aqueles que querem conhecer mais sobre a banda e sobre Renato Russo.

Na próxima postagem, falarei sobre mais dois livros que tenho sobre Renato & Legião.



sábado, 5 de novembro de 2011

Coleção Legião Urbana - Abril

Legião Urbana é uma das poucas bandas que podem se dar ao luxo de ter toda a discografia em catálogo. E olha que a 'banda física' acabou há exatos 15 anos! 
O que explica o fascínio pela Legião, mesmo passados tantos anos? Existem algumas respostas: as letras sinceras que tocam as pessoas e causam identificação, uma vez que muitas são escritas em 1ª pessoa. O instrumental simples, bem feito. a postura da banda, que jamais se vendeu pela fama. A inteligência, a postura, a ideologia, os discos clássicos, canções atemporais, inesquecíveis.
Ano passado, foi lançado um box com os discos de estúdio em digipack, versão de luxo, com novas fotos e textos sobre detalhes de bastidores à época do lançamento de cada álbum.
Eis, portanto, que a Abril coleções lança, este ano, a coleção da Legião Urbana; cada cd terá fotos e textos sobre o momento histórico no Brasil e no mundo e o processo de criação da obra.

Leia a reportagem sobre a coleção no link abaixo:
http://mdemulher.abril.com.br/tv-novelas-famosos/reportagem/acontece/discografia-completa-legiao-urbana-comeca-ser-vendida-643294.shtml

Será um volume por semana; após o 6º volume, chegarão dois por semana. Há ainda um box com um livreto com fotos e frases para guardar os cds.
Para muitos, não se passa de mais um lançamento caça-níqueis da EMI, que não lança nada de novo para os fãs. Para outros, é uma forma de manter a banda em evidência e sendo conhecida pelas novas gerações.
Com a pirataria rolando solta na internet, é de surpreender que muitos ainda comprem cds! E, realmente, as pessoas ainda compram Legião!!! Em muitos lugares, os cds esgotam em poucos minutos, assim que chegam às bancas! Legião é Legião!
Uma coisa é certa: tudo o que é lançado sobre Legião, faz sucesso. O motivo? Por ser esta uma grande banda de rock que até hoje encanta milhares de pessoas de várias gerações. A Legião está no mesmo patamar de ícones mundiais como The Smiths, The Doors, Beatles e outras lendas.

Abaixo, segue a apresentação da coleção pela editora Denise Bobadilha, da Abril (o áudio não está bom):


Entrevista com Dado e Bonfá sobre o lançamento:




segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Legião Urbana no Rock in Rio 2011

O dia extra do Rock in Rio (29/09/2011) teve a participação da Legião Urbana (Dado e Bonfá) com a Orquestra Sinfônica Brasileira, além de participações especiais (Dinho Ouro-Preto, Pitty, Paralamas, Tony Platão e Rogério Flausino).
Quase comprei o ingresso para esse dia, mas acabei desistindo de última hora e vi no dia os melhores momentos e, no dia seguinte, o show completo já podia ser visto no youtube.
O que eu achei? O show emocionou, sem dúvida alguma. Repertório de clássicos, todo mundo cantando junto, Dado e Bonfá com a competência de sempre, mas...
Não dá pra cantar Legião sem ser o Renato Russo... Infelizmente. Valeu a boa intenção, mas só Renato mesmo poderia cantar " 'Índios' " com aquela métrica sem métrica; Dinho cantando "Pais e Filhos" foi uma das coisas mais constrangedoras. Flausino canta bem, mas a dificuldade para cantar Legião é visível. Aquele timbre grave, aquelas letras declamadas, muitas vezes sem rima, sem métrica e sem refrão, só dava certo mesmo com o nosso poeta. Tentar cantar Legião não é para qualquer um.
Apesar de tudo, acho que valeu. Foi bonito ver a Orquestra Sinfônica acompanhando as canções legionárias e dando uma roupagem especial às melodias.
E serviu também para mostrar o valor instrumental da banda: uma orquestra, com músicos que estudaram música clássica a vida inteira, não executariam canções legionárias se não admirassem a importância dessas canções para a música e a cultura brasileiras.
E você, legionário, foi ao show? Tendo ido ou não, faça o seu comentário: Foi bom? Foi ruim? Comente!
Ao que tudo indica, esse show poderá virar um DVD. Espero que tenha extras com bastidores, ensaios e entrevistas interessantes. E o DVD do show do Metropolitan (Rio - 1994) até agora nada... Uma pena!
Para quem não viu ainda, na íntegra, o show do Rock in Rio ou quiser ver de novo, aí está o vídeo do youtube:




quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Renato Russo eterno

Renato Russo e sua adorável Legião Urbana fizeram parte da minha adolescência e, por que não dizer, da minha vida. Canções marcantes e inesquecíveis, letras inteligentes, sensíveis e confessionais, mensagens para jovens e adultos de qualquer geração.
Por isso, Renato Russo é eterno, será sempre o meu ídolo. Terno e agressivo, sensível e revoltado, inteligente, com voz potente, poeta de verdade (embora ele se considerasse apenas um letrista, um cantor de rock, um vocalista), carismático, imprevisível, fascinante no palco, conduzindo milhares de jovens em êxtase.
Nunca haverá outro como Renato Russo. Nunca. 
Renato se foi, a sua música, a música da sua Legião ficou. Ele cumpriu sua missão, deixou sua marca no mundo e nos ensinou um pouco de amor, amizade, perdão, ética, esperança, força, mesmo tendo uma vida tão atribulada (creio que seja a sina de todo artista sensível). Foi um amigo distante e sempre presente na vida de tantos jovens que até hoje ouvem suas canções como ideologia, como um estilo de vida.
Renato Russo eterno! Força sempre!

Abaixo, um vídeo do Youtube com a reportagem do Jornal da Globo exibida em 11/10/2011 sobre os 15 anos de saudade do poeta:


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Rock Brasília - Era de Ouro


Documentário ROCK BRASÍLIA - ERA DE OURO, com depoimentos e imagens raras do pessoal de Brasília que iniciou um movimetno na capital fededal em meio ao tédio e a repressão. Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial, entre outros, são os protagonistas dessa história que marcou várias gerações de jovens.


Rock Brasília – Era de Ouro: veja trailer do documentário

Por Cláudio Mldo
Em 20/08/11
Fonte: Radar do Rock

O documentário “Rock Brasília – Era de Ouro” mostra a construção cultural e ideológica da capital federal. O longa foi montado a partir de imagens de arquivo do documentarista Vladimir Carvalho, registradas desde o fim dos anos 1970. Em 111 minutos, o diretor e roteirista mostra a trajetória clássica do herói: bandas como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude, que venceram empecilhos e o desafio de conquistar um lugar cultural no cenário brasileiro.
No dia 26 de setembro, o documentário será exibido na abertura oficial do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. E já com prêmios no currículo. No último mês de julho, o longa ganhou o prêmio de “Melhor Documentário” no Paulínia Festival de Cinema 2011, realizado todos os anos no interior do Estado de São Paulo.


Vejam algumas imagens sobre o documentário.

Trailer oficial:


Três teasers sobre o documentário:




Mais um trailer bem legal sobre o documentário!



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A obra, os clássicos e a questão da crítica

Legião só faz clássicos, isso é fato.
Agora, qual é o melhor disco?
Poucos aqui votaram na enquete que eu coloquei no blog sobre o melhro álbum da banda. E o resultado foi surprendente: ganhou, com quatro (4) votos, "O Descobrimento do Brasil".
Surpreendente não porque não seja realmente o melhor (eu também votei nesse disco, é o meu preferido), mas ali contém um disco diferente, que foi "metralhado" pela crítica musical. Foi um álbum por muito tempo subestimado poética e musicalmente.
Mas oque é a crítica musical? São alguns rapazes que se acham todo-poderosos e podem elevar grandes porcarias e sepultar bandas promissoras.
"V", o 5° álbum da Legião, é odiado pela crítica e amado pelos fãs. Para muitos, é o melhor da obra legionária, e realmente é um grande disco, bem feito, hermético, neoprogressivo, parece uma grande história, com nessas óperas-rock. É um clássico, tem "Metal contra as Nuvens" (uma viagem medieval de mais de 11 minutos, passando pelo Brasil corrupto), "A Montancha Mágica" (que Renato considerava a melhor letra sobre drogas já escrita), "O Teatro dos Vampiros" (falando de desemprego e criminalidade), a loucura sã de "Serenísima", com um convite à serenidade embora a loucura e o caos estejam impregnados na sociedade; a mais bela canção de amor (ou desamor) da banda, a dolorida e reflexiva "Vanto no Litoral"; o conto de fadas pós-moderno "O mundo anda tão complicado", um alívio em meio a um clima tenso que permeia todo o disco.

E "A Tempestade (ou o livro dos dias)"? Pouca gente ouviu ou entendeu, e muitos meteram o pau em cima do disco. Um disco lindo, triste, melancólico, um retrato conturbado desses dias tão estranhos que vivemos. Renato abre seu coração para falar de seus sentimentos mais profundos, sua dor... E a crítica caiu em cima.
Então, você que é legionário, com eu, pode ter uma certeza: não é só de "Dois" e "A quatro Estações" que a obra da Legião se sustenta.

Ouça todos, pois são clássicos e, cada um a seu modo, conta uma história para nós e nos faz rel]fletir sobre a vida, sobre o mundo, sobre o que sentimos.
A obra legionária, sem exceção, é essencial para todo fã de rock brasileiro. Quem não ouviu os discos "menos conhecidos" e mais atacados pelos críticos, ouça e tire suas próprias conclusões.

Força sempre!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Quiz Legião Urbana

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1631088-15605,00.html

Faça o teste, com dez perguntas sobre a Legião Urbana.
Eu fiz e acertei as dez. E você, legionário?

Um grande abraço!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Filmes Legionários - Fantástico (10/07/2011)

Se alguém perdeu a reportagem que passou no dia 10/07/2011 no Fantástico, sobre os dois filmes legionários, um contando a vida do poeta Renato Russo e outro contando a história da personagem João de Santo Cristo, da canção "Faroeste Caboclo", é só ver abaixo o vídeo do youtube abaixo. Atenção a um erro de legenda que aparece no vídeo: o ator que vai interpretar o Renato chama-se Thiago Mendonça e o que vai interpretar João de Santo Cristo é Fabrício de Oliveira. A Rede Globo trocou os nomes.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Chat do blog legionário

Agora o blog legionário tem um chat, em que os legionários podem trocar informações e se conhecer melhor. Aqui o assunto é Legião! É só clicar em "chat Legionário" ao lado e pronto! Não precisa se cadastrar, é só dar um nome e conversar!

Abraços legionários!

Abaixo, um vídeo do youtube com o especial POR TODA MINHA VIDA completo sobre a vida do nosso poeta. Quem não viu, vale a pena conferir. Força sempre!


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Livros sobre Renato Russo e Legião Urbana

Existe uma boa biblioteca para quem gosta de ler e conhecer um pouco mais sobre a Legião Urbana, a vida de Renato Russo e o significado de algumas letras. 
Ao longo de minha vida como legionário, sempre li tudo o que pude sobre a banda, buscando sempre me informar e compreender o universo legionário. Por isso, acabei comprando alguns livros bem interessantes:
- Renato Russo, O Trovador Solitário (Arthur Dapieve);
- Renato Russo de A a Z (Coordenação de Simone Assad);
- Conversaçõs com Renato Russo;
- Depois do fim: Vida, Amor e Morte nas canções da Legião Urbana (Angélica Castilho e Erica Schlude);
- Renato Russo, o Filho da Revolução (Carlos Marcelo).

Nas próximas postagens falarei um pouco sobre o que trata cada livro.

Para quem ainda não conhece e quiser ler, aí estão links para baixar alguns livros:

Renato Russo de A a Z: http://www.morelhp.com/2007/02/renato-russo-renato-russo-de-a-z.html

Renato Russo, O Trovador Solitário: http://w15.easy-share.com/1702703151.html

Pequeno trecho do livro Renato Russo, o Filho da Revolução: www.renatorussoolivro.com.br/downloads/trecho_renatoruso.pdf

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Eduardo e Monica", propaganda da VIVO e não longa-metragem.

A primeira foto foi divulgada como sendo a filmagem de um longa-metragem sobre o casal de personagens mais famoso do rock nacional, "Eduardo e Monica", com previsão para estrear em junho deste ano.
Mas as expectativas dos legionários foram frustradas: na verdade, aimagem tratava-se apenas de um curta-metragem, uma homenagem da VIVO pelo dia dos namorados.
O filme é produzido pela 02 Filmes – produtora do diretor Fernando Meirelles (indicado ao Oscar por Cidade de Deus). A música presente no álbum Dois, de 1986, conta como os jovens Eduardo e Monica se apaixonaram, apesar das diferenças de hábitos. A direção é de Nando Olival, cujo primeiro longa-metragem solo, Os 3, estreia em 4 de novembro.

Apesar de tudo, até que o vídeo ficou bem feito, numa versão pós-moderna da música, que completa 25 anos desde o seu lançamento em "Dois", de 1986. Confira abaixo o vídeo que tem agradado a muitos legiuonários, apesar da frustração. Será que um dia vivará relamente filme, com já foi especulado outras vezes? Que ao menos não demore a ser concebido, como aconteceu com "Faroeste Caboclo" e "Somos tão Jovens" que já estão sendo produzidos.


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mais Legião nas telonas!

Depois do meu último post sobre o início das filmagens de "Faroeste Caboclo", eis que me deparo com mais boas notícias: já tiveram início as filmagens de "Eduardo e Monica" e "Somos tão Jovens", que abordará a vida do jovem Renato russo em Brasília e a criação da Legião e outras bandas de Brasília. Mais: já existe até mesmo um site para acompanharmos os ensaios, fotos do elenco e outras curiosidades: http://www.somostaojovens.com.br/

Abaixo, os links de sites que falam sobre os filmes mencionados:

http://www.cinema.uol.com.br/ultnot/2011/05/24/veja-primeira-imagem-do-longa-eduardo-e-monica-homenagem-aos-25-anos-da-musica.jhtm

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2011/04/25/interna_diversao_arte,249424/filme-somos-tao-jovens-revive-a-ascensao-do-rock-na-cidade-nos-anos-1980.shtml

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2011/05/24/interna_diversao_arte,253568/filme-somos-tao-jovens-mostra-a-furia-punk-que-criou-o-mito-renato-russo.shtml

Abaixo, alguns vídeos sobre a preparação do filme "Somos tão Jovens":


sábado, 28 de maio de 2011

Faroeste Caboclo, o filme

Está tudo certo: com um orçamento estimado de R$ 6 milhões, a novela "Faroeste Caboclo" finalmente vai virar filme. As gravações já tiveram início e, talvez, no final de 2011 ou início de 2012 já poderemos sentar numa confortável poltrona de cinema e assistir às peripécias, venturas e desventuras do personagem mais famoso, contraditório e polêmico do rock brasileiro, João de Santo Cristo, homem santo e demônio, o anti-herói perfeito do nosso Brasil corrupto e que marginaliza as minorias.
O roteiro foi escrito por Marcos Bernstein e Victor Atherino, com consultoria do escritor Paulo Lins, autor do clássico "Cidade de Deus" e direção de René Sampaio, publicitário que estreia em um longa. Tal roteiro ambienta a rotina violenta de quadras do Plano Piloto e, principalmente, da periferia de Brasília entre 1979 e 1981, período em que Renato Russo escreveu a música.
O elenco do filme já está definido. Fabrício Boliveira será o Santo Cristo. Ele atuou no filme "400 contra 1" e na novela "A Favorita". Felipe Abib, que atuou no filme "180°" fará o papel do traficante Jeremias. Já Maria Lúcia, a menina linda que conquisou o coração de Santo Cristo, será interpretada pela global Ísis Valverde, que estreia em cinema e já atuou em novelas como "Caminho das Índias" e "Ti-Ti-Ti".
As gravações estão sendo feitas em Brasília. É esperar pra ver se o filme será um sucesso ou se vai decepcionar os cinéfilos e os fãs legionários.

Vejam algumas fotos do filme:

 Maria Lúcia com amigos. / Pessoal da filmagem trabalhando duro.

 Santo Cristo chega a Brasília.

 Rockonha, a lendária festa de Brasília regada a rock e maconha, da qual Renato Russo e sua turma participaram.

 O peruano que vivia na Bolívia, Pablo, primo de João, vivido pelo ator uruguaio César Troncoso.

 Jeremias, maconheiro sem-vergonha.

Maria Lúcia (a mocinha?)

O herói (ou anti-herói).

O ator global Marcos Paulo faz o senador Ney, pai de Maria Lúcia. 

Maria Lúcia é usuária de maconha no filme (embora a letra de Russo não faça menção a isso, acho bem provável, uma vez que ela se relaciona com João e Jeremias, dois traficantes).

O ator global Antonio Calloni será Marco Aurélio, um policial corrupto. Segundo Calloni, “Aceitei o convite desse projeto por se tratar de uma homenagem ao Renato Russo, um poeta, um gênio da nossa música”.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Perfil da Legião: Eu comprei e me arrependi!

Aqui estou eu com o cd "Perfil" da Legião Urbana em mãos. Eu sei que falei mal desse lançamento e tudo, mas meu interesse por ele foi outro. Não resisti à vontade de ver o projeto gráfico, o encarte, algum texto inédito etc, e assim acabei comprando o disco.
O resultado: decepção total.
O verso do cd até que é interessante, com uma foto de uma paisagem que não se fala de que lugar foi tirada.

As canções são aquelas mesmas que todo mundo já conhece bem e, como eu já havia dito em outra postagem, não há ordem cronológica como em "Mais do Mesmo" e o repertório é quase o mesmo dessa 1ª coletânea.
Pelo que vi, é uma parceria da EMI e da Som Livre: a 1ª entrou com as canções e a 2ª entrou com a marca "perfil". Ambas, com certeza absoluta, devem estar lucrando horrores!
Abro o encarte e vejo a falta de criatividade: as letras estão impressas no mesmo formato como aparecem em "Mais do Mesmo". A cor do encarte é de um mal gosto extremo: não sou bom em definir cores, mas me parece marrom. Muito feio.
A mensagem (sem assinatura; seria do Dado e do Bonfá?) quer comover os fãs mais radicais e soa quase como um pedido de desculpas: "SELEÇÃO DE REPERTÓRIO: FÃS DA BANDA (As 14 músicas deste CD foram escolhidas por milhares de fãs da Legião Urbana, através do site oficial http://www.legiaourbana.com.br/, no mês de outubro de 2010. Afinal, Renato sempre dizia aos fãs, nos shows da banda: "A gente está aqui no palco, mas a verdadeira Legião Ubana são vocês".)
Por fim, algo que não entendi até agora: as letras estão repletas de reticências (...) e exclamações (!), coisa que não vemos nas letras de Renato, se observarmos os encartes. Por que isso? Agora é assim, coloca-se o que quer? Vejam em "Perfeição": 'Venha! / Meu coração está com pressa / Quando a esperança está dispersa / Só a verdade me liberta / Chega de maldade e ilusão / Venha! / O amor tem sempre a porta aberta / E vem chegando a primavera / Nosso futuro recomeça / Venha! (esse "venha!" aqui é uma ofensa à colocação do verso e à pontuação) / Que o que vem é perfeição!'.
Algumas vocalizações de Russo aparecem nas letras: 'Eu moro com meus pais / Huhuhuhu! Ouh! Ouh!"(Pais e Filhos); 'Só que nessas férias não vão viajar / Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação / Ah! Aham!'. Nada a ver.
Por fim, o encarte traz uma informação inacreditável: 'Colaboração especial: Marcelo Fróes e Carlos Taran'. Que colaboração especial o Fróes poderia ter feito num disco coletânea como esse?
Enfim, para os fãs legionários: passem longe do cd, não cometam o meu erro de comprar só por curiosidade. Não vale a pena! Vão por mim!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Alguns momentos em vídeo da última turnê da Legião no Rio (1994)

Para quem ainda não viu (o que eu duvido muito), aqui está o que existe no Youtube com alguns momentos da turnê O DESCOBRIMENTO DO BRASIL, na casa de shows Metropolitam, Rio de Janeiro, nos dias 08 e 09 de outubro de 1994. O show foi gravado pela Band, e esperamos que um dia esse show seja lançado em DVD.
Ah! Eu fui ao segundo dia, o que pode ser conferido numa postagem mais antiga aqui neste blog legionário.
Força sempre!

sábado, 2 de abril de 2011

Meninos e meninas Legionários

Uma das grandes coisas que Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá devem se orgulhar nessa vida - tanto quanto o sucesso de sua querida banda e suas canções inesquecíveis que marcaram várias gerações - é a forma como essas mesmas canções uniram tanta gente. Sim, falo de amigos, meninos e meninas legionários que se conheceram por meio da Legião e hoje são amigos para a vida inteira.
Era uma outra época, conhecer legionários era geralmente por cartas (pena que essa mania de corresponder-se por cartas tenha se acabado...) e a gente acabava se encontrando por meio de revistas de música e fã-clubes. Não havia internet naquele tempo e parecia que cada um vivia em uma ilha distante. Com o advento da internet, dos sites de relacionamento, dos sites especializados, do MSN, a distância e o tempo se relativizaram. Mas esse tempo que passou ainda faz muita falta! Sim, sou um eterno nostálgico!...
Vou citar aqui alguns amigos que conquistei e são para a vida inteira, embora o contato muitas vezes tenha se perdido ou diminuído por conta da nossa falta de tempo, do nosso trabalho, dos nossos compromissos que nos sufocam tantas e tantas vezes.
Até hoje guardo as suas cartas, suas histórias (tantas histórias que compartilhamos!...), suas alegrias, medos, anseios, sonhos... Enfim, somos apenas pessoas comuns, que temos sonhos e queremos ser felizes. Mantivemos nossos ideais e um certo resquício juvenil. Mas o legal do rock & roll é isso mesmo - pois o rock é juvenil, sempre! E é no rock que eu encontrei grandes amigos, uma grande família de legionários.
Era uma coisa muito louca esperar pela carta de um amigo (a) legionário (a), ás vezes poderia demorar de duas semanas a um mês! Imagina a angústia! Era quase como jogar uma garrafa com uma mensagem e esperar que alguém do outro lado do mundo a lesse! Quando o carteiro chegava e chamava ao portão, era uma alegria só!
E quem são meus amigos? Ah, tem tantos!... Vou citar alguns nomes, embora tenha medo de esquecer alguns... Desculpem-me se isso acontecer, mas não posso deixar de citar nomes.
Tem a Regina Aparecida (de Coronel Fabriciano - MG), pessoa querida por todas, amiga, sincera, sensível, pintora de mão cheia, um grande presente de Deus. Conheci-a por meio de outro legionário; ela manteve um fã-clube da Legião por muito tempo. Grande amiga, conselheira, pessoa especial, muito especial. Hoje nos falamos por MSN.
Gustavo Sene de SP foi meu 1º amigo por correspondência, sempre trocávamos muitas reportagens sobre a Legião (xerox), falávamos muito de música, principalmente Legião (lógico) e punk rock, uma velha paixão nossa. Precisamos reatar o contato, cara! Temos o orkut e o MSN um do outro, só falta a gente se encontrar nesse mundo virtual tão vasto e, ao mesmo tempo, tão pequeno!
Douglas Klem, legionário paulista, são-paulino, também fã de metal e rap. Sensível, inteligente, fala de todos os assuntos com propriedade - de música à política. Precisamos nos falar por e-mail, estamos "sumidos"!
Élio - filósofo, poeta, sensível (acho que todo fã da Legião é sensível, podem perceber isso! O machão que malha todo dia e pega todas as meninas não se encaixa bem no perfil de legionário). Perdemos o contato, mas ainda temos o e-mail um do outro. Precisamos nos falar de novo!
Patrícia, menina frágil, sensível, mas que conseguiu sair da concha da timidez e alcançou muitos objetivos, saiu de uma cidade pequena de MG e foi morar em BH, hoje mora na Espanha. Tínhamos altos papos por telefone madrugada afora, hoje nos encontramos casualmente no facebook.
Welma, mais uma pessoa sensível e querida de MG. Perdi o contato com ela, mas verei com a Regina (amiga em comum da Welma) o e-mail ou orkut ou MSN dela.
Roberta Oliveira, mais conhecida como Bia. Amiga muito querida, inteligente, divertida, pra cima, sempre nos dando força; ela tem uma energia muito positiva, suas cartas eram muito legais. Hoje nos falamos esporadicamente pelo orkut, mas a amizade permanece!
Bom, se eu me esqueci de mais alguém, prometo que posto numa outra ocasião. Mas tenho que dizer que conhecer esse grandes amigos legionários foi muito importante para mim, e eles sempre irão mora em meu coração.
E você, tem amigos legionários distantes e especiais? Faça um comentário e se lembre dos grandes amigos que partilham sonhos e ouvem Legião Urbana com você!
De uma coisa é certa: o sonho de Renato de criar uma turma de amigos por meio do rock foi realizado. E muito mais: graças às suas canções. Renato, mais uma vez, obrigado! Com certeza, você cumpriu sua missão nesse mundo, ajudando a semear amizade e compaixão no coração das pessoas.

"O sistema é maus, mas minha turma é legal / (...) /Quero um milhão de amigos, quero irmãos e irmãs". (Renato Russo)

terça-feira, 29 de março de 2011

Parabéns ao Poeta

Por conta de alguns compromissos que me afastaram da internet, quero apenas registrar no blog o aniversário de 51 anos de Renato Russo no dia 27 de março, o nosso poeta que partiu cedo demais, em 11 de outubro de 1996.
Partiu, mas permancece vivo em nosso meio graças à força de sua poesia e às melodias maravilhosas da Legião Urbana. é incrível como várias gerações ainda ouvem Legião e como toda a obra da banda permanece em catálogo.
Brasileiro tem fama de só gostar de porcaria na música (funk, pagode, axé etc), mas é legal perceber como isso não é verdade. Quantas pessoas ainda ouvem Legião até hoje e se emociona! E mais: levam as canções para as gerações atuais, para jovens que nem estavam vivos quando a Legião nasceu em Brasília e gravou seu 1º álbum em 1984.
Esta é a força e a magia da banda.
Por isso, só tenho a agradecer ao Renato Russo e sua adorável Legião Urbana por nos proporcionar tantas canções e tantas mensagens, falando de amor, ética, amizade, espiritualidade, política, questões sociais, enfim, todo o universo dos jovens (e adultos) urbanos.
Foi-se cedo demais o nosso poeta, mas o seu legado o faz vivo para sempre! E enquanto houver fãs legionários, sempre haverá a Legião Urbana e sempre poderemos comemorar esse dia tão especial: a vida de um jovem que tentou falar a língua dos homens e agora fala a dos anjos.

Parabéns, Renato Russo! Força sempre!

sábado, 19 de março de 2011

Legião Urbana no Jô Soares 11 e meia (1994)


Eu havia perdido o programa. No dia seguinte a essa participação, um colega de colégio veio me perguntar (sabendo que eu era um legionário) se eu havia visto a Legião Urbana no Jô Soares (no SBT). Não acreditei que eu havia perdido! Era um tempo que não existia internet e, se você perdesse algum especial, algum show, algum filme, deveria pedir aos céus para que repetisse na TV. Havia o vídeo-cassete, mas era muito difícil você encontrar alguém que tivesse gravado algo interessante. Hoje em dia está tudo na internet, principalmente no youtube. E foi lá que eu finalmente vi (16 anos depois) o programa completo, em três partes. O vídeo está aqui, veja e comente:


sábado, 12 de março de 2011

Minhas primeiras impressões de A TEMPESTADE (parte II)


A próxima canção, "Dezesseis", é um rock enérgico, com guitarrras pesaddas e uma bateria muito forte. é mais daquelas historinhas que o Renato sempre gostou de contar, dessa vez sobre um jovem de dezessseis anos chamado João Roberto, mais conhecido como Johnny, super gente boa, fã de Janis Joplin, do Led Zeppelin, dos Beatles e dos Roling Stones. Ele tinha um opala metálico azul e morre (ou se suicida?) num pega de carros nas ruas de Brasília, coisa típica do herói romântico, uma vez que "o que dizem é que foi tudo por causa de um coração partido / Um coração". O final ("Um coração / Bye bye Johnny / Johnny bye bye / Bye bye Johnny") vai se repetindo pelos três legionários e pelo Carlos Trilha de forma bem legal e a canção vai perdendo sua velocidade e peso, o que ganharia um 'grand finale' com a paricipação dos fãs nas apresentações ao vivo da Legião. Pena que isso não chegou a acontecer, infelizmente.

"Mil Pedaços" é a balada folk do disco. o renato canta com muita dor e pesar coisas como "Eu não me perdi / E mesmo assim você me abandonou / Você quis partir / E agora estou sozinho / Mas vou me acostumar / Com o silêncio em casa / Com um prato só na mesa". É mais uma experiência amorosa do poeta que não deu certo em sua vida e o 'ajudou' em sua depressão.
"Leila" é um rockinho básico que conta mais uma historinha, desta vez uma homenagem a uma amiga: mulher forte, independente, dona de casa, trabalhadora, mãe, solteira, pós-moderna. Pela primeira vez no disco - e acho que a única - Renato se deixa conduzir pela tranquilidade ao falar dessa mulher ("Adoro os teus cabelos / Adoro a tua voz / Adoro teu estilo / Adoro tua paz de espírito") e você percebe um leve sorrisinho de soslaio, como se Renato dissesse: "Estou bem, estou numa boa, não dê atenção ao que eu disse". Ele chega realmente a se descontrair e até diz na letra: "E você diz daquele seu jeito: - Ai, preciso de um homem / E eu digo: - Ah, Leila! Eu também / E a gente ri". Um bom-humor difícil de se encontrar no resto do disco.

Em seguida temos "1º de Julho", que já havia sido gravada pela Cássia Eller. É mais uma homenagem às mulheres, em especial à cantora já citada. É um manifesto pró-emancipação feminista, como bem mostra o refrão dessa canção acústica, que também dá um pouco de alívio ao fã que se sente incomodado com o clima soturno do álbum: "Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher / Sou minha mãe, minha filha, minha irmã, minha menina / Mas sou minha, só minha e não de quem quiser / Sou Deus, tua Deusa, meu amor." Não é uma das minhas preferidas do disco, mas ajuda a criar um crima mais 'pra cima' diante da tempestade cinza que passava pela vida de Renato e se deixava transparecer nas letras.
"Esperando por Mim" é uma das minhas favoritas. Quando eu ouvi...meu Deus, o que é isso? O REanto estava ali, frágil, reclamando de slidão e tentando dizer que família e amigos verdadeiros são as coisas mais importantes de sua vida e com quem ele pode sempre contar. É uma relexão profunda sobre os dias difíceis que passavam em sua vida, e ainda assim Renato buscava a serenidade. Ouço sempre esse disco, e essa canção é marcante já pelo início, com a bateria e o violão bem marcantes, bem típicos da Legião: "Acho que você não percebeu / Que o meu sorriso era sincero / Sou tão cínico às vezes / O tempo todo / Estou tentando me defender / Digam o que disserem / O mal do século é a solidão / Cada um de nós imerso em sua prórpia arrogância / Esperando por um pouco de atenção". No fim, com a repetição de que seu pai, sua mãe, seus verdadeiros amigos e seu filho esperam por ele, entra uma guitarra linda, emocionante, como se sublinhasse todo o sentimento do Renato. Po fim, o poeta diz: "Estamos vivendo / E o que disserem / Os nossos dias serão para sempre". Linda letra, linda música.

"Quando Você Voltar" é acústica, lenta, linda, com uma letra triste relatando mais um desentendimento amoroso: "Vai, se você precisa ir / Não quero mais brigar esta noite", com um fim confortador, embora igualmente doloroso, marcado pela perda: "Meu amor, cuidado na estrada / E quando você voltar / Tranque o portão, Feche as janelas / Apague a luz / E saiba que te amo".
E quando sentia meu coração cada vez mais apertado, a derradeira canção, "O Livro dos Dias", me derrubou de vez. Mais uma vez, devido a sequência final "Esperando por Mim"/"Quando Você Voltar"/"O Livro dos Dias", não aguentei e chorei. Era a despedida de Renato, em versos belos e sombrios. É a letra mais enigmática do poeta, em que parece discorrer sobre perda, destino, solidão, o mundo caótico, a finitude da vida. Enfim, essa se tornou a minha canção preferida não só do disco, mas de toda a obra legionária. Pena que pouca gente ouviu... O instrumental é perfeito, bem ao estilo rock inglês, com uma bateria solo inicial, entrando um teclado climático, um violão e, por fim, uma guitarra arrebatadora, como se Johnny Marr (ex-The Smiths) tivesse sido convidado a participar do disco. A letra de "O Livro dos Dias" merece ser transcrita na íntegra, de tão bela e enigmática:

Ausente o encanto antes cultivado
Percebo o mecanismo indiferente
Que teima em resgatar sem confiança
A essência do delito então sagrado
Meu coração não quer deixar
Meu corpo descansar
E teu desejo inverso é velho amigo
Já que o tenho sempre a meu lado
Hoje então aceitas pelo nome
O que perfeito entregas mas é tarde
Só daria certo aos dois que tentam
Se ainda embriagado pela fome
Exatos teu perdão e tua idade
O indulto a ti tomasse como bênção
Não esconda tristeza de mim
Todos se afastam quando o mundo está errado
Quando o que temos é um catálogo de erros
Quando precisamos de carinho
Força e cuidado
Este é o livro das flores
Este é o livro do destino
Este é o livro de nossos dias
Este é o dia de nossos amores

E tudo sendo cantada com uma voz triste que vem lá do fundo, como se ele abrisse o seu coração e expusesse os seus demônios.
E assim foi minha primeira audição desse álbum tão belo e triste, um dos meus preferidos da banda. Gostaria que as pessoas também comentassem o que acham desse disco.

Interessante é que o lema da banda (Urbana Legio Omnia Vincit) e a frase "Força sempre" não aparecem no disco. Alguns mórbidos dizem que esse é o único disco em que o lema e a frase não aparecem. Mentira: Não há também em "As Quatro Estações" e em "V", podem procurar! No encarte do Lp "Legião Urbana" (o 1º disco), temos o lema, mas não temos a frase "força sempre". O mesmo acontece com o cd relançado agora em digipack. O cd remasterizado em 1995 não aparece nem o lema e nem a frase. Em "Que País é Este", em "Música p/ Acampamentos" e em "O Descobrimento do Brasil" só temos o lema, nada de "força sempre".

Enfim, são apenas pequenos detalhes para os fãs mais curiosos. Inclusive vi gente dizendo-se muito fã aparecendo em programas na TV só para abrir a boca e dizer que só "A Tempestade" não tinha "força sempre" e nem o lema. Um erro e uma falta de informação (ou melhor, de atenção, pois é só olhar os encartes) que não podemos cometer assim.


Ouçam "A Tempestade" e percebam a força das letras e dos instrumentais, embora a voz do poeta demostre sinais de cansaço (detalhe: o que ouvimos é uma espécie de rasunho, pois Russo gravou apenas as vozes-guia e resolveu não voltar ao estúdio para gravar as vozes definitivas. Isso cria ainda mais um clima de despedida de Renato e, ao mesmo tempo, o álbum ganha o título de clássico, pois é o último canto do poeta. Vale a pena ainda conferir "A Tempestade" finalmente em Lp duplo, lançado nesse formato em 2010, assim como toda a obra relançada em Lp e em cd digipack.

Força sempre.


Abaixo, vídeo do youtube com comerciais de alguns álbuns e shows da Legião. Entre eles, vale a pena conferir a propaganda de "A Tempestade".


sexta-feira, 11 de março de 2011

Minhas primeiras impressões de A TEMPESTADE (parte I)


Em dezembro de 1996, após a tempestade que devastou o rock nacional e os corações de milhares de legionários que cresceram ouvindo Legião Urbana, finalmente comprei A TEMPESTADE OU O LIVRO DOS DIAS, disco-testamento do poeta Renato Russo, que lançou junto com Dado e Bonfá na chegada da primavera daquele ano e veio a partir menos de um mês depois, em 11 de outubro de 1996.
Ouvir o disco após a partida de Renato me fez sentir a consciência da dor, da certeza pragmática do fim triste e solitário dinate de um mundo feroz. A fúria do mundo, cantada a plenos pulmões durante toda a sua vida artística, acabou consumindo o poeta, fazendo-o silenciar. Para alguém tão sensível como ele, esse mundo louco era pesado demais.
Quando comprei o cd, o formato de livrinho já havia saído das lojas, ficando o modelo cd comum (mais tarde consegui com um amigo o 1º formato). A capa azul é triste, os carimbos de flores em tons azuis também é triste. O encarte é triste. A foto da banda é triste. A epígrafe (citação de Oswald de Andrade) é triste. As músicas são tristes. As letras, claro, são tristes. Muito tristes.
O cd abre com a profética "Natália", um rock pesado que inicia com os versos: "Vamos falar de pesticidas / E de tragédias radioativas / De doenças incuráveis / Vamos falar de sua vida". A letra fala ainda de hipocrisia, de solidão e, quando tudo parece perdido, há uma esperança, uma luz cinza no fim do túnel e Renato parece querer se agarrar a ela, mesmo diante do seu desespero: "Quando tudo é solidão / É preciso acreditar num novo dia / Na nossa grande geração perdida / Nos meninos e meninas / Nos trevos de quatro folhas / A escuridão ainda é pior / Que essa luz cinza / Mas estamos vivos ainda". O refrão é cantado com a ajuda dos backing vocals de Dado e Bonfá: "E quem sabe um dia eu escrevo uma canção pra você".
Respirei muito: já era muita coisa, e ainda era apenas a música de abertura; ainda havia muito para se ouvir.
Em seguida, uma das coisas mais tristes que Renato escreveu: "L'Avventura". Guitarrinha estilo rock inglês, bateria bem insteressante, teclados melancólicos (Carlos Trilha tocos todos os teclados do cd), com um letra linda e triste: "Qaundo não há compaixão / Ou mesmo um gesto de ajuda / O que pensar da vida / E daqueles que sabemos que amamos? / (...) / Seu olhar não conta mais estórias / Não brota o fruto e nem a flor / E nem o céu é belo e prateado / E o que eu era eu não sei mais / E não tenho nada pra lembrar / (...) / E eu sei por que você fugiu / Mas não consigo entender". E tudo com uma voz que sai lá do fundo, triste, resignada, emocionada.
A próxima canção ("Música de Trabalho") é uma das bandeiras da banda: a defesa às classes menos favorecidas. Aqui, como em "Fábrica", temos a voz do trabalhador pobre e explorado. A letra denuncia: "Sei que existe injustiça / Eu sei o que acontece / Tenho medo da polícia / Eu sei o que acontece". Guitarras pesadas dão um clima de crítica social à canção, que termina de forma intista: "E quando chega o fim do dia / Eu só penso em descansar / E voltar pra casa, pros teus braços / (...)".
"Longe do Meu Lado" entra em seguida... para me fazer chorar pela 1ª vez. Dor, melancolia, uma letra soturna declamada por um vocal dolorido, que expunha o estado de espírito de Renato. Só voz, teclados e um rhythm track discreto. "Se a paixão fosse realmente um bálsamo / O mundo não pareceria tão equivocado / (...) / A paixão já passou em minha vida / Foi até bom mas ao final deu tudo errado / E agora carrego em mm / Uma dor triste, um coração equivocado / (...) / A paixão quer sangue e corações arruinados / E saudade é só mágoa por ter sido / Feito tanto estrago / E essa escravidão e essa dor não quero mais / (...) / Eu também sei que dizem / Que não existe amor errado / Mas entenda, não quero estar apaixonado". Muito triste.
E quando nada pode ser mais triste, entra "A Via Láctea", canção que havia invadido as rádios antes do lançamento do cd, com um vocal comovente e um instrumental melancólico. A canção já começa assim: Quando tudo está perdido / Sempre existe um caminho / Quando tudo está perdido / Sempre existe uma luz / Mas não me diga isso / Hoje a tristeza não é passageira / Hoje fiquei com febre a tarde inteira / E quando chegar a noite / Cada estrela parecerá uma lágrima". Renato dava seus recados, mostrava que a doença já avançava consideravelmente. A tristeza imergia em seu espírito: "Eu nem sei por que  me sinto assim / Vem de repente um anjo triste perto de mim". O recado para os fãs: "Não me dê atenção / Mas obrigado por pensar em mim". A minha tristeza aumentava cada vez mais, ainda mais quando, nos final da canção, aumentando o volume, podia-se ouvir a respiração ofegante de Renato ao final de cada verso.
Em seguida, a batida moderna de "Música Ambiente" dava um certo alívio, mas a letra falava de despedida, de mais um encontro que não deu certo. Mais um recado: "E quando eu for embora / Não, não chore por mim".
"Aloha", um hino da juventude, bem ao gosto da Legião, bem que poderia ter sido a música de trabalho do disco: essa é bem Legião: baixo, guitarra, bateriae violão se destacam, é aquele rock legionário que pode ser reconhecido desde o 1º acorde: "Ei, isso parece Legião", qulaquer um que não conhece pode dizer quando ouve sua introdução. A letra se coloca em favor da juventude, tantas vezes controlada e alienada por interesses daqueles que querem os jovens de boca fechada, sem pensar e reivindicar: "Será que ninguém vê o caos em que vivemos / Os jovens são tão jovens e fica tudo por isso mesmo / A juventude é rica, a juventude é pobre / A juventude sofre e ninguém parece perceber / (...) / Todo adulto tem inveja dos mais jovens / (...) / E meus amigos parecem ter medo / De quem fala o que sentiu / De quem pensa diferente / Nos querem todos iguais / Assim é bem mais fácil nos controlar / E mentir mentir mentir / E matar matar matar / O que eu tenho de melhor: minha esperança / (...)". Excelente canção, que faz esquecer um pouco a tristeza que permeia o álbum.
"Soul Parsifal" tem uma levada bem pop em que Marisa Monte assina a autoria da canção junto com o poeta, com uma letra em que Renato fala sobre sua vida, sua individualidade: "Ninguém vai me dizer oq ue sentir / Meu coração está disperso / (...) / Estive cansado / Meu orgulho me deixou cansado / Meu egoísmo me deixou cansado / Minha vaidade me deixou cansado / Não falo pelos outros / Só falo por mim / (...)".

Bom, amanhã continuo falando sobre as minhas primeiras impressões de A TEMPESTADE. 

sexta-feira, 4 de março de 2011

A Tempestade Ou O Livro dos Dias


Setembro de 2011 fará 15 anos que A TEMPESTADE (OU O LIVRO DOS DIAS) foi lançado.
Ouvi esse álbum apenas quando o Renato partiu. E tudo ficou ainda mais triste. A gente nunca espera que nossos ídolos um dia morrerão. Mesmo tendo ouvido a canção A VIA LÁCTEA várias vezes nas rádios, a tristeza de Renato me pareceu coerente com a nossa realidade, com o ser humano cada vez mais individualista e frio diante das mazelas e das tragédias do cotidiano ("Queria ser como os outros / E rir das desgraças da vida / Ou fingir estar sempre bem / Ver a leveza das coisas com humor / Mas não me diga isso"). O disco V já trazia uma tristeza bem profunda, ao falar da crise do país na Era Collor e dos problemas de Russo com a heroína, além de desilusões amororsas que doem fundo na alma.
Mas, mesmo com a epígrafe de A TEMPESTADE ("O Brasil é uma República Federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus" - Oswald de Andrade), nunca veria o álbum como a iminência da morte, como uma despedida. Mas ouvindo-o na íntegra após a sua morte (só fui comprar o álbum em dezembro de 1996, por falta de dinheiro), percebi a dor de Renato, o seu desespero que as canções tentavam traduzir. Logo contarei as minhas impressões sobre esse álbum, que é um dos meus preferidos.

terça-feira, 1 de março de 2011

DOIS - um clássico da Legião Urbana


Quando ouvi Legião Urbana DOIS pela primeira vez, lembro que fiquei extasiado.
A começar pela capa, de uma simplicidade comovente. Nada de fotos, nada de colorido.
Iniciando o LP (sim, na época em que eu ouvi, era um tempo de LPs, não existia ainda CD), ouvi alguns ruídos estranhos e, no meio disso, os versos de SERÁ: "Brigar pra que / Se é sem querer".
Aí, os acordes iniciais de DANIEL NA COVA DOS LEÕES se faziam ouvir. Guitarras melódicas e bem elaboradas, bateria e baixo com ecos do pós-punk inglês, teclados criando um clima épico. A letra confunde: paradoxos, metáforas. Só depois fui saber que se tratava de homossexualidade, sobre alguém que está 'nadando contra a correnteza' da sociedade: "Mas tão certo quanto o erro de ser barco / A motor e insistir em usar os remos".

QUASE SEM QUERER busca ser otimista em sua letra, tentando conviver com as dúvidas e buscando afirmar sua individualidade. Apesar disso, vemos claramente o desepero do eu lírico: ele busca o conforto e a segurança para o que sente na pessoa amada. Muitos violões aparecem na canção, mostrando um caminho que seria muito aproveitado pela banda, que iria se definir mais tarde como uma banda folk que trabalha dentro do rock.
ACRILIC ON CANVAS é uma das minhas preferidas: uma balada pós-punk básica, com efeitos, poesia e muito lirismo. Uma das melhores baladas da Legião.
EDURADO E MONICA é a primeira históra de Renato a entrar em um disco. Uma comédia romântica que se tornou um clásico  e tem tudo para virar um roteiro de cinema. Um dos clássicos do disco. Quando eu era garoto (com meus treze anos, ficava repetindo essa faixa toda hora para tentar decorar a letra).
CENTRAL DO BRASIL é um instrumental acústico, que prepara o ouvinte para o grande clássico do disco: TEMPO PERDIDO. Música e letra perfeitas! Fala sobre o carpe diem, sobre aproveitar o tempo, fazendo o melhor possível a cada dia, porque "somos tão jovens". É o fim do lado 1 do LP.
O lado 2 começa com METRÓPOLE. Punk rock pesado e agressivo com letra irônica que revela o desejo sádico e a indiferença da sociedade pelas tragédias alheias. Acho que essa canção é uma das poucas que têm ligação com o 1º disco.
PLANTAS EMBAIXO DO AQUÁRIO é um pós-punk básico com efeitos e com a repetição do refrão pelos membros da banda: "Não deixe a guerra começar". No meio disso tudo ainda vemos várias vozes conflitantes em várias línguas.
MÚSICA URBANA 2 é o Renato em voz e violão. Letra hipnotizante, vocal sujo e grave cantando a cidade e suas sujeiras cotidianas.
Em seguida, violões e guitarras - aliadas ao baixo, à bateria e a um dos poemas mais belos de Russo - criam um dos momentos mais melódicos do álbum, ANDREA DORIA, fazendo com certeza chorar os mais sensíveis. Veja a beleza desse versos: "Às vezes parecia que de tanto acreditar / Em tudo o que achávamos tão certo / Teriamos o mundo inteiro e até um pouco mais: / Faríamos floresta do deserto / E diamantes de pedaços de vidro. (...) Não queria te ver assim / Quero a tua força como era antes (...) / Eu sei, é tudo sem sentido / Quero ter alguém com quem conversar / Alguém que depois não use o que eu disse / Contra mim. / (...)".
Quando eu ainda me recuperava pelo choque poético que a canção me causou, vem FÁBRICA, punk, socialista, ecológica, cantada por um eu lírico operário que pede por justiça e trabalho honesto. Uma bandeira em prol classes trabalhadoras exploradas.
Aí eu pensava que nada mais poderia vir que me causasse algum impacto. Engano meu. O fim seria apoteótico: "ÍNDIOS". Lirismo, beleza, poesia, melancolia. Teclados criam um clima pungente, no mais, um violão, um baixo e uma bateria ajudam a dar vida à canção, que termina com os versos: "Nos deram espelhos e vimos um mundo doente / Tentei chorar e não consegui".
DOIS é um disco para se descobrir coisas novas a cada audição: um verso, um acorde, uma melodia, um riff de guitarra, os violões marcantes. Questões sociais e amorosas, mas tudo passando pelo prima emotivo, sem o grito e a explosão do 1º disco.
O melhor disco lançado nos anos 80, sem dúvida.
Abaixo estão os vídeos do Youtube, retirados do programa "Discoteca MTV", com um especial sobre esse álbum. Vale a pena conferir.