sexta-feira, 4 de março de 2011

A Tempestade Ou O Livro dos Dias


Setembro de 2011 fará 15 anos que A TEMPESTADE (OU O LIVRO DOS DIAS) foi lançado.
Ouvi esse álbum apenas quando o Renato partiu. E tudo ficou ainda mais triste. A gente nunca espera que nossos ídolos um dia morrerão. Mesmo tendo ouvido a canção A VIA LÁCTEA várias vezes nas rádios, a tristeza de Renato me pareceu coerente com a nossa realidade, com o ser humano cada vez mais individualista e frio diante das mazelas e das tragédias do cotidiano ("Queria ser como os outros / E rir das desgraças da vida / Ou fingir estar sempre bem / Ver a leveza das coisas com humor / Mas não me diga isso"). O disco V já trazia uma tristeza bem profunda, ao falar da crise do país na Era Collor e dos problemas de Russo com a heroína, além de desilusões amororsas que doem fundo na alma.
Mas, mesmo com a epígrafe de A TEMPESTADE ("O Brasil é uma República Federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus" - Oswald de Andrade), nunca veria o álbum como a iminência da morte, como uma despedida. Mas ouvindo-o na íntegra após a sua morte (só fui comprar o álbum em dezembro de 1996, por falta de dinheiro), percebi a dor de Renato, o seu desespero que as canções tentavam traduzir. Logo contarei as minhas impressões sobre esse álbum, que é um dos meus preferidos.

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