quarta-feira, 1 de abril de 2009

Algumas frases do poeta


Renato Russo sempre falava muito nas entrevistas que concedia. Temas como sexo, drogas, rock'n roll, política, relacionamentos, literatura e música eram alguns dos temas frequentes. É interessante ver os pontos de vista do poeta e a sua capacidade de dar opiniões sobre o que pensava. Assim, podemos perceber também que ele nunca teve medo de se expor e de ser sincero até mesmo nos assuntos mais polêmicos. Por isso resolvi selecionar trechos de algumas entrevistas, que nos permitem perceber que a sua ideologia e seu modo de ver o mundo acabava entrando inevitavelmente nas suas letras.


"Na adolescência você quer ser aceito. Foi uma época muito complicada para mim. Eu sabia que era sedutor e, como todo mundo, também aprendi os códigos sociais para não me machucar." (1995)

"Bebo porque tem garoto de 15 anos sendo morto pela polícia e menininhas sendo estupradas." (1993)

"Depois que me apaixonei de verdade, e não deu muito certo, então eu não consigo mais... Eu fico esperando, putz, eu quero sentir aquilo de novo, mas aí, se começa, se o coração bate mais rápido: "Ah, eu não sei se quero isso, não". Eu acreditei durante muito tempo em amor romântico. Hoje em dia eu não acredito em amor romântico, não. Eu acredito em respeito e amizade. De repente, sexo e tudo. Ou então expressão física. Mas é assim: respeito e amizade. Porque paixão, essa coisa de amor romântico mesmo, acho que traz muito sofrimento e sempre acaba. Você sofre, você fica pensando na pessoa, você não funciona direito. Ao mesmo tempo em que voce descobre muitas coisas boas em você - não sei, pelo menos comigo acontece isso - eu descubro sempre as invejas, certos ciúmes, uma certa possessividade, no meu caso, muito machista. E isso incomoda. Eu sou ciumento, possessivo, italianão. Eu acho que o amor verdadeiro não passa por isso, não." (1993)

"Sou anarquista e individualista. Tenho uma visão poética, mas não me considero poeta. Procuro o belo." (1995)

"Não queremos ser diferentes, e sim que todo mundo tenha o direito de ser como é. Eu nao preciso me sentir mal porque não sou igual ao garoto que está no anúncio do iogurte. É você ser sexy, charmoso, com uma certa plasticidade corpórea. Cria-se uma geração de clones. Estes são os anos 90." (1992)

"O Brasil é um país que nao é uma nação, onde a vítima é ré, e não se respeita mulher, negro e homossexual." (1987)

"Recado para o público: amem a Legião Urbana. Estamos do lado de vocês." (1993)

"Na verdade, a Legião Urbana hoje em dia são os fãs. Nós somos apenas o veículo." (1994)

"O que a gente sempre falou foi: 'Seja sua própria pessoa'. E o que eu vejo, em alguns fãs, é a anulação da própria pessoa por causa da Legião Urbana. E eu acho isso péssimo." (1995)
"Minha relação com meu filho é maravilhosa. Mas sou bem durão, ele me respeita. O mais importante é ele saber que meu amor não é condicional, não depende de nada que ele faça." (1990)

"Não tenho como educar o Giuliano agora. De jeito nenhum. Nossa relação é ótima, ele está com 6 anos e é esperto. Quero que venha ficar comigo, um dia. Ele fica com meus pais, em Brasília." (1995)

"Eu entro no palco com flores porque eu gosto. Faço isso desde que a gente fez um show no Rio, no dia em que o Cazuza morreu. Eu acho que é uma vibração legal, porque tem uma coisa que acalma a galera. Então, em shows pequenos, eu nunca faço isso. Mas, num show para 50 mil pessoas, com quanto mais calma você puder passar o que você tem a dizer, melhor." (1994)

"Eu escrevi em 'A montanha mágica': 'sou meu próprio líder, ando em círculos". O que eu quis dizer com isso? Não sei exatamente. Quero que as pessoas me digam o que entenderam. Acho que existem várias leituras para este disco e para as palavras que estão nele. São palavras simples, é um vocabulário básico, mas há coisas para descobrir." (1991)

"A violência me preocupa porque tenho família, amigos... Às vezes, nem me preocupo tanto comigo, mas há pessoas de que gosto e não desejo vê-las sofrer." (1991)

"Quando vejo esses corruptos mentindo c/ a maior desfaçatez, minha vontade é matar todos eles. Mas eu sei que isso não adiantaria nada." (1993)

"A parte do corpo que eu mais gosto é meu cérebro. E também adoro minhas mãos." (1994)

Nenhum comentário:

Postar um comentário