terça-feira, 14 de abril de 2009

A formação da Legião Urbana e o primeiro LP

Cansado da carreira-solo e com a nova possibilidade que o Aborto Elétrico tinha aberto para as novas bandas que surgiam em Brasília, Renato – em 82 – ficou poucos meses apresentando-se como O Trovador Solitário.

Mas ele queria mesmo era ter uma banda de rock. Por isso, convidou o baterista Marcelo Bonfá para formar com ele a Legião Urbana, com a idéia de um núcleo de baixo-bateria. Depois, juntaram-se a eles o guitarrista Eduardo Paraná e o tecladista Paulo Paulista.


O 1º show da banda aconteceu no dia 05/09/1982 na cidade mineira de Patos de Minas, junto com a banda Plebe Rude. Logo após Paraná (ele tocava bem demais e solava sem parar, e Renato e Bonfá eram contra, pois queriam algo mais simples – o espírito despojado e direto do punk ainda estava imbuído neles) e Paulo Paulista deixam a banda. Ico Ouro-Preto (irmão do Dinho do Capital Inicial) assume a guitarra. Às vésperas de um festival na Associação Brasiliense de Odontologia, que reuniria as grandes bandas locais (Legião, Capital, Plebe Rude e XXX), Ico deixa a banda em março de 83 (reza a lenda que ele morria de medo do palco, de tocar em show, e já havia feito isso com o Aborto Elétrico).

A banda procura às pressas um novo guitarrista e encontrou um jovem tímido e diabético que – mesmo sem saber tocar direito – encaixava-se bem na estética do punk: Dado Villa-Lobos. Ele aprendeu algumas canções em poucas semanas e, em abril, a Legião foi a zebra do festival. Isso causou um ânimo novo à banda, e os três passaram a ensaiar juntos e algo estava acontecendo entre aqueles três jovens: eles se identificavam e se entendiam muito bem. Havia uma química muito forte entre os três. Naquele mesmo ano resolveram deixar Brasília e fizeram apresentações em boates em São Paulo e Rio de janeiro.



A 1ª apresentação no Rio aconteceu no dia 23/07/83 no Circo Voador. Naquele ano eles gravaram a 1ª fita demo e havia a expectativa de gravar um disco na gravadora Emi-Odeon com a ajuda dos Paralamas, que fazia parte da gravadora. Em 1984 Renato (já tendo assumido o sobrenome artístico Russo) corta os pulsos (para chamar a atenção de um rapaz por quem se apaixonara; outros especulam que foi porque ele estava com medo de não conseguir o contrato p/ gravar o 1º Lp da banda com a gravadora Emi). Mas o problema trouxe uma solução prática: como ele havia perdido alguns movimentos por ter cortado os pulsos, era preciso chamar alguém para substituí-lo no baixo. Bonfá chama então Renato Rocha (conhecido como Negrete e, mais tarde, por gostar de fazendas, como Billy) para o baixo, deixando Renato Russo livre para cantar e compor suas letras. Finalmente naquele ano a banda entra em estúdio p/ gravar seu 1º Lp, que seria batizado apenas de Legião Urbana (embora a idéia inicial era batizá-lo com o nome de Revoluções por Minuto).



O Lp foi lançado em janeiro de 84, e ficou seis meses hibernando, sem efeito. Depois, as canções começaram a tomar as rádios, uma após a outra (Será, Ainda é Cedo, Geração Coca-Cola...) e o disco vendeu 100 mil cópias, o que era impressionante para a época. Sobre o disco, Renato disse certa vez: “Nesse 1º Lp fomos mais agressivos. A gente precisava abrir uma porta, então tinha que bater com força”. O disco fala sobre alienação, dramas amorosos, juventude, política. A influência é de grupos pós-punks, como Joy Division, Cure, Public Image Ltda (PIL), Gang of Four... O disco tinha até um reggae (O Reggae), com uma letra que denunciava a falência da educação no Brasil.

Soldados é considerada a 1ª canção da Legião com uma sensibilidade gay: segundo Renato, era a história de dois meninos que brincam de soldados quando as meninas estão longe. Por Enquanto encerra o disco de forma reflexiva, sem guitarras, apenas com sintetizadores. Sobre a canção, Renato falou: “Nas gravações do disco tinha aquela tensão de correr: morar em Brasília e gravar no Rio. Por Enquanto foi feita em cima disso”. Isso explica o último verso: “Estamos indo de volta pra casa”.

Desse disco saiu o 1º clipe da banda, com a música Será: simples e despojado, como manda o som da banda. A Legião conseguiu provar que tinha talento e não havia sido contratada apenas por ser amiga dos Paralamas (o Renato dizia que os Paralamas eram padrinhos da Legião). Vários shows foram feitos, criando-se, assim, muita expectativa em cima do 2º Lp da banda, que seria gravado em 86.

3 comentários:

  1. legal o blog, tenho 14anos ñ vivie o sucesso da legião ...+ aprendie a gosta quando tinha uns 8anos pq o namorado de minha mãe escutava muito legião.Eu mesmo sem entender direito na epoca, as letras de dificil interpretação gostava do som.E hoje sou uma legionaria q ama todas as letras escritas com o dom poetico e intelectual de renato principalmente.

    ResponderExcluir
  2. muito legal eu tenho 13 anos e ñão vivi o tempo da legião
    isso sim que era banda e se dependerem de mim eles nunca serão esquecidos pois sempre estarão vivos em minha mente .
    eu me lembro que a 1° que eu escutei deles foi faroeste caboclo ai eu começei a gostar de rock .
    ate parece cpisa de vida passada eu nunca tive nenhuma infleuncia pra gostar de legião e no entando eu eo amo mais do que tudo

    ResponderExcluir
  3. Legião,um mito? Não uma realidade que nunca deixará de existir, melhor banda que o brasileiro poderia conhecer, quem não viveu Legião nunca vai saber como é um show de verdade. Eu vivi e nunca vi nem parecido. Renato foi demais e é referência nacional até hoje. Renato Russo simplesmente Legião. Saudade daquele tempo... Demais mesmo.

    ResponderExcluir