terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Renato não queria ser um porta-voz


Renato não queria que o seguissem, não queria que o vissem como um profeta, um anunciador de verdades... Há uma entrevista concedida nos anos 90 (acho que em 1994 ou 1995) em que ele diz com sinceridade:

“Eu tento ser sincero, né, gente? Mas não quer dizer que eu sou verdadeiro em tudo. Eu gosto de deixar bem claro que são apenas canções. As pessoas começaram a confundir minhas músicas com quem eu sou. E eu sinceramente não sei direito ainda quem eu sou. Tomo um certo cuidado para me preservar e preservar o público, porque acredito que não existem hérois. Existem pessoas realmente espetaculares, espiritualizadas, religiosas, que são grandes modelos para a humanidade, mas, na verdade, todo mundo é igual. Eu não acredito que eu tenha uma verdade a mais e… Se a juventudade cai nesse erro de acreditar que sim, inevitavelmente vai acabar descobrindo que o ídolo delas tem pés de barro.”

Ele disse certa que falava porque gostava, não porque queria salvar o mundo. Sabia que a felicidade, a busca de um sonho dependia de cada um. Renato não queria ser nenhum emissário da boa nova, não queria dizer como as pessoas deveriam viver...

Isso fica claro nesses versos de Teorema, do 1º álbum (1985):

Não tenha medo / Não preste atenção / Não dê conselhos / Não peça permissão / É só você quem deve decidir o que fazer / Pra tentar ser feliz.

Não é preciso dizer mais nada.

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