quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um homem de imaginação fértil


Renato Russo tinha uma imaginação muito fértil.

Quando era adolescente, quando ainda assinava Manfredini Junior, teve um problema na perna (vítima de uma doença rara chamada epifisiólise, que destruiu a cartilagem da sua perna), passou um ano e meio entra a cama, a cadeira de rodas e as muletas.

Diante desse problema que o fez sofrer muito, acabou sendo uma fase muito produtiva, em que começou a ler muito, ouvir rock e, principalmente, escrever. Nesse período, criou um alter-ego, um heterônimo: Eric Russel, bonito e louro, tinha várias garotas, líder, vocalista e baixista da banda imaginária Forty Second Street Band. A coisa ficou tão séria, que Renato compôs as letras, elaborou a discografia, as capas dos discos, fichas técnicas, entrevistas, turnês...

Ele me fez lembrar muito um outro ídolo meu (e do Renato também, coincidência): o poeta português Fernando Pessoa, que tinha seus heterônimos.

Daí já dá pra percebermos que a criatividade de Renato começou bem antes da Legião Urbana.

O que me deixa pensativo era se ele já tinha a consciência de que teria futuro como músico, sendo adorado por milhares de fãs em todo o Brasil à frente daquela que se tornaria a maior banda do Brasil. Mas acho que, quando montou a sua primeira banda, o Aborto Elétrico, ele já tinha a consciência de que aquilo iria para frente, enquanto a maioria via a música apenas como diversão. Dinho Ouro-Preto, num especial da Band sobre o show da Legião no Rio (turnê O DESCOBRIMENTO DO BRASIL), já havia comentado isso.

Aliás, Renato mesmo havia dito aos seus que queria ter a banda mais popular do Brasil.

Com seu talento e sua imaginação, Renato realizou o seu sonho, tornando-se assim o grande ícone do Rock Nacional.

Força sempre, Renato!

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